Barragem da mineradora Vale se rompe em Minas Gerais


O estado de Minas Gerais foi, mais uma vez, palco de um desastre ambiental nesta sexta-feira (25). Quase três anos depois do rompimento da barragem de Fundão, da mineradora Samarco (Vale e BHP), em Mariana, em novembro de 2015, foi a vez de um estouro na barragem da Mina do Feijão, da Vale, em Brumadinho, a pouco mais de 50 km da capital, Belo Horizonte.


“A primeiras informações indicam que os rejeitos atingiram a área administrativa da companhia e parte da comunidade da Vila Ferteco. Ainda não há confirmação se há feridos no local”, disse a Vale em nota. A mineradora informou que acionou o Corpo de Bombeiros e ativou o seu Plano de Atendimento a Emergências para Barragens. “A prioridade total da Vale, neste momento, é preservar e proteger a vida de empregados e de integrantes da comunidade”, disse em nota.


A Prefeitura de Brumadinho também publicou um alerta em suas redes sociais, para que os moradores das margens do Rio Paraopeba e da parte baixa do município evacuem suas casas, já que elas poderão ser atingidas pelos rejeitos. O principal hospital da cidade, João XXIII, já fechou a porta da emergência, iniciando a mobilização para atender às vítimas da tragédia.

No início da tarde, o governo do estado de Minas emitiu uma nota informando que uma força-tarefa já estava no local para prestar os primeiros socorros e tomar medidas. “O Corpo de Bombeiros, por meio do Batalhão de Emergências Ambientais, e a Defesa Civil também já estão no local da ocorrência trabalhando e há dois helicópteros sobrevoando a região. O Governo de Minas Gerais já designou a formação de um gabinete estratégico de crise para acompanhar de perto as ações”, diz o comunicado.

De volta da viagem a Davos, na Suíça, o presidente Jair Bolsonaro já se pronunciou sobre o desastre através de suas redes sociais. Ele informou que os ministros do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e do Meio Ambiente, Ricardo Salles, estão a caminho de Brumadinho. Também faz parte dessa comitiva o secretário nacional de Defesa Civil, Alexandre Lucas Alves. O episódio foi classificado como “lastimável” pelo ministro da Secretaria de Governo, Carlos Alberto Santos Cruz. “Deve ter alguma coisa [posicionamento do governo], mas é lastimável. Mais uma na mesma grande região”.

Bolsonaro também determinou a montagem de um gabinete de crise no Palácio do Planalto, para acompanhar o desenrolar da operação e coordenar os esforços de todos os ministérios envolvidos na busca de soluções ou, pelo menos, de redução de danos. 

Ainda não está decidido se o presidente vai visitar o local, já que está previsto que ele seja internado em São Paulo, neste domingo, para realizar a cirurgia de retirada da bolsa de colostomia que ele vem usando desde que foi alvo de um atentado a faca na última campanha eleitoral.


Inhotim

Ponto turístico mais conhecido da cidade, o parque de Inhotim teve que ser evacuado às pressas em meio aos temores de que a lama proveniente da ruptura de uma barragem da Vale em Brumadinho (MG) atingisse o parque.

O jardim e museu de arte contemporânea a céu aberto reúne obras de arte dos mais importantes artistas contemporâneos. O local não foi ainda atingido, mas não se sabe se a lama pode alcançar o parque. São 600 funcionários e cerca de mil visitantes por dia. Mas não se sabe quantas pessoas estavam no parque no horário do fechamento.

O Ibama enviou uma equipe para Brumadinho, em Minas Gerais, tão logo foi informado sobre o rompimento da barragem da Vale. A equipe foi enviada a despeito do licenciamento da empresa ter sido feito pelo Estado – mesmo caso da Samarco – e não pelo governo federal, em razão da gravidade do caso e também porque o rio em que houve o desabamento desemboca no São Francisco, administrado pela União.


Volume

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informou que a barragem VI no Córrego do Feijão em Brumadinho (MG), que se rompeu na tarde desta sexta-feira, 25, tem volume de 1 milhão de metros cúbicos de rejeito de mineração. A título de comparação, o órgão destacou que no desastre de Mariana (MG), ocorrido em novembro de 2015, o volume era de 50 milhões de metros cúbicos.

Fonte: OP9

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